quinta-feira, 9 de julho de 2020

A Divina Liturgia - Um Modelo Bíblico para o Culto


Sobre a liturgia, devemos entender esta máxima latina: lex orandi, lex credendi, que significa que a forma como oramos, reflete a forma como cremos. Tudo o que fazemos, cada ação, como louvamos, irá refletir em como acreditamos. Se oramos e louvamos como os cristãos sempre fizeram em todas as eras, é bem provável que também compartilhemos a mesma fé. Se oferecemos culto como os entusiastas e sectários, também começaremos a pensar como eles. Talvez, mais triste que isto, ao abandonar a liturgia, nos colocamos em risco de perder de vista o relacionamento integral que esta tem com o Evangelho na Palavra e nos Sacramentos.
Por que não abolimos a missa e suas cerimonias públicas, as orações escritas, vestimentas e outras coisas? Porque a missa é a entrega da Palavra e dos Sacramentos e da liturgia que a acompanha, proclamando a história de todas as eras - o Santo Evangelho. Mas a Liturgia não é estática. Existe uma multiplicidade de ritos. Temos as grandes tradições Ocidentais e Orientais, a Igreja da Confissão de Augsburg recai sobre a primeira, mas isto não faz da segunda menos venerável. Mesmo no rito ocidental, há uma gama de variações. Existe o rito romano, o qual fornece suas bases ao nosso culto. Há também o rito anglicano, que em muito contribuiu para a formação do rito luterano comum dos sínodos americanos, mesmo assim, acrescentamos o Nunc Dimittis ao final de cada divina liturgia.
É bem verdade que a liturgia não nos veio dada em um livro da Bíblia, mas a encontramos por todo o texto sacro: O Kyrie (Salmo 123:3, S. Lucas 18:13). O Gloria in Excelsis (S. Lucas 2:14). O Sanctus (Isaías 6:3, Apocalipse 4:8). O Benedictus (Salmo 118:26; S. Mateus 21:9; 23:39; S. Marcos 11:9; S. Lucas 13:35; 19:38; S. João 12:13). O Agnus Dei (S. João 1:29, 36), e o Nunc Dimittis (S. Lucas 2:29-32). Estes são os textos que são combinados com a liturgia da Palavra e a liturgia dos Sacramentos, que, junto com outras leituras, formam a histórica liturgia, que nos é própria a cada novo dia.
A Apologia da Confissão de Augsburg dedica um grande capítulo explicando a importância de se manter a liturgia. Não abandonemos esta tão antiga e útil escola do Evangelho, assumindo um caminho diferente, não provado pelo tempo, antes, confessemos a mesma fé uma vez dada aos Santos, oremos, louvemos e anunciemos a Palavra da mesma forma, no amor de Cristo, na Unidade do Espírito.

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