quinta-feira, 19 de abril de 2018

Gêneros Literários na Bíblia - parábolas


Parábolas




Frequentemente eu vejo pessoas fazendo uma confusão sobre o que é uma parábola na Bíblia. Não raro, vejo pessoas dizendo:
  • se cita nomes, então é uma história real;
  • todos os elementos tem um significado;
  • só é parábola se Jesus disse que é parábola;
  • etc...
Parábolas em geral são usadas para ilustrar ou facilitar a compreensão de um assunto complicado; falar do desconhecido a partir do conhecido e servir como uma ponte para chegar lá. Quando Jesus fala do semeador que vai semear (Mt 13.3), ele não está falando de alguém realizando literalmente esse trabalho, mas de sua própria missão de semear o Evangelho. O objetivo da história é descrever alguma coisa diferente do que ela na verdade está afirmando. E é justamente pelo fato de uma parábola não ser nem sempre uma simples metáfora, que ela às vezes adquire um grau de complexidade maior em sua interpretação. É preciso atenção nas ações, personagens, situações e outros detalhes significativos. 

A opção de Jesus em ensinar por parábolas parece ser de fácil explicação. Diz-se que as parábolas têm a vantagem de desarmar àqueles que possam ofender-se com sua mensagem, visto que o ouvinte freqüentemente tem que esperar até o último momento da história para descobrir seu significado, ou mesmo, e aí pode estar o ponto principal, se enxergar dentro da história. Um exemplo disto pode ser a parábola de Natã ao rei Davi (2 Sm 12.1-10).

Quando o profeta Natã repreendeu a Davi, ele se usou de uma parábola a fim de ilustrar o que de fato o rei havia feito ao tirar a esposa de Urias, Bate-Seba. Num determinado momento, Davi “se enxergou” na história e assim ele só não compreendeu o que estava sendo dito, como se deu conta o que tinha feito e aí se arrependeu e pediu perdão a Deus. Nesse caso a parábola atingiu completamente seus propósitos.
A parábola é uma forma de cativar os ouvintes, fazê-los parar e pensar acerca do seu modo de agir, pensar e crer, a fim de levá-los a reagir e dar alguma resposta ao Senhor Jesus.


A Interpretação das Parábolas


As parábolas tornaram-se um veículo de revelação das verdades a respeito do reino de Deus presente em Jesus, ainda que algumas vezes elas lhe dão um tom enigmático. “Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido. Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem” (Mt 13.11-13).

Portanto, em certo sentido não há como evitar debates e não estamos completamente livres de equívocos na hora da interpretação. Na verdade, até mesmo os discípulos algumas vezes ficaram intrigados pelas histórias ouvidas de seu mestre (Mc 4.13).

É este detalhe particular que pode nos levar a refletir que existe algum grau de dificuldade por causa da identificação ou não com os personagens ou fatos da história narrada. Por isso, a tarefa da interpretação exige cautela e atenção. Seria bem mais prático se Jesus tivesse explicado todas as parábolas, como fez com algumas (Mt 13.24-30 – 36-43). Além disso, é preciso observar que nem sempre os personagens, fatos e objetos de uma parábola têm um significado simbólico ou alegórico.

Portanto, o primeiro aspecto a ser levado em conta é o contexto original em que a parábola foi contada. Para elevar o grau de exatidão na compreensão deste tipo de gênero literário, além de obviamente entender bem a parábola em si, é fundamental prestar bem atenção no motivo pelo qual Jesus a contou. A observação do contexto particular e original em que as parábolas foram contadas é um elemento que pode se tornar decisivo para compreender bem o ensino de Jesus. É bem provável que algumas vezes nem havia necessidade de esforço para interpretá-las, visto que os ouvintes originais tinham e conheciam bem os pontos de referência usados e mencionados por Jesus. 

Quanto ao seu entendimento, um cuidado necessário é sobre a tendência natural da alegorização, ou seja, como se cada item (personagem, fato ou ação) da parábola tivesse um significado correspondente e/ou diferente do que está escrito. É verdade que parábolas podem ter essa característica, como o próprio Jesus explicou na parábola do semeador. Porém, isso pode não funcionar tão bem em outras parábolas. A que vamos comparar, por exemplo, na parábola das virgens prudentes e néscias (Mt 25.1-13), o azeite? O pedido de empréstimo do azeite? Às vezes é preciso tirar os olhos dos detalhes, que nem sempre compreendemos e fixar nosso olhar no grande ensino pretendido por Jesus. No caso da parábola das dez virgens, a vigilância.

Nesse caso poderia se afirmar que alguns elementos da parábola estão lá, mas não precisam ser decodificados na hora da interpretação, simplesmente porque não são condutores de algum tipo de lição.


No caso do Rico e Lazaro, o objetivo é claro em mostrar que os mais favorecidos neste mundo não necessariamente também serão favorecidos após a morte. Lázaro, que mendigava migalhas encontrou o repouso junto a Deus, mas o rico, este foi ao tormento eterno. Com esta parábola aprendemos que o reino não se conquista com riqueza, poder, posição social. Nada que há em nós mesmos é suficiente para assegurar nossa salvação. Quando o rico, já no sofrimento eterno tenta negociar os termos de sua própria desgraça, a ele é apontado o peso da Lei. Já não havia favores, apenas a condenação da lei, pois debaixo da lei ele morreu. Já lázaro, não tinha nada de si mesmo a oferecer, ele, que sempre dependeu da graça, a encontrou no seio de Abraão para sempre. 

Esta é uma parábola que mostra ao mesmo tempo o reino de Deus e a condição humana.
A ideia de que apenas o fato de se usar um nome a torna uma história real, como vemos constantemente ser dito, é uma visão não apenas errada, mas que leva a erros maiores. Como vemos neste breve texto que fiz para o blog, parábolas não são para serem alegorizadas em tudo, e também não são histórias mentirosas, são histórias que mostram uma realidade que deve ser refletida.

Temos bons exemplos de parábolas cristãs fora da Bíblia também. Um bom Exemplo, as Crônicas de Nárnia, de Lewis. É uma parábola do Evangelho, inclusive, escrita nesta intenção. Se você leu, ou assistiu às Crônicas de Nárnia e não entendeu que Aslan é na verdade uma figura de Jesus, voce simplesmente não entendeu nada da História. E nisto, há elementos significativos, como o próprio Aslan, sua morte e ressurreição, as crianças, mas há também elementos que apenas compõem a história, personagens apenas de fundo.

Não vamos cair numa visão muito simplista e dizer que só é parábola quando não cita nomes e se está dizendo no texto que é uma parábola (embora BOA PARTE está sinalizado). Parábolas são um gênero literário riquíssimo. Sejamos cuidadosos ao interpretar, e, se possível, com a ajuda de bons comentários bíblicos!

terça-feira, 17 de abril de 2018

O que foram as pragas do Egito?


O que foram as pragas do Egito? 



Já assisti documentários que tentavam explicar as famosas pragas do Egito como eventos naturais. As pragas definitivamente foram milagres da parte de Deus, não apenas desastres naturais. O objetivo das pragas está vinculado a uma falsa concepção de Deus por parte dos egípcios e, por causa disso, elas são enviadas para minar o fundamento da sua crença nas divindades. Em Êxodo 12.12, Deus diz: “...executarei juízo sobre todos os deuses do Egito”, e o livro de Números confirma que “contra os deuses executou o Senhor juízos” (33.4). Estudos hoje comparam as pragas à religião e aos deuses dos egípcios e sugerem que as pragas visavam desestruturar o conceito de que os deuses egípcios estavam no controle da história. O quadro abaixo ilustra esse aspecto. 



As pragas e os deuses do Egito

Águas transformadas em sangue - Êx 7.14-25 Knum - guardião do Nilo; Hapi: espírito do Nilo; Osíris: o Nilo era seu sangue 

Rãs-Êx 8.1-15 Hekt - em forma de rã, era o deus da fertilidade 

Piolhos - Êx 8.16-19 

Moscas - Êx 8.20-32 

Morte dos rebanhos - Êx 9.1-7 Hathor: deusa em forma de vaca; Ápis: deus em forma de boi, símbolo de fertilidade 

Úlceras - Êx 9.8-12 -Imotep: deus da medicina 

Granizo - Êx 9.13-35 Nut: deusa do céu; Ísis: deusa da vida; Set: deus protetor da colheita 

Gafanhotos - Êx 10.1-20 -Ísis: deusa da vida; Set: deus protetor da colheita 

Trevas - Êx 10.21-19 - Rá, Aton, Hórus: deuses do Sol 

Morte dos primogênitos - Êx 11.1-12.36 - A divindade de faraó; Osíris, o deus da vida 


O faraó pergunta: “Quem é Yahweh para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel?” (Êx 5.2). 

A julgar pelo fato de Israel ser escravo, o Deus de Israel é para o faraó um deus fraco; os deuses do Egito devem ser bem mais fortes. Na verdade, Yahweh mostra ao faraó e aos egípcios quem Ele é. Alguns entendem que as pragas estejam em harmonia com os fenômenos naturais do Egito e, portanto, todas explicáveis naturalmente. Embora algumas pragas possam, até certo ponto, ser explicadas como decorrentes de fenômenos naturais, outras estão além dessa possibilidade e só podem ser explicadas por meio da intervenção sobrenatural. Há, por exemplo, o aspecto da instantaneidade da sequência das pragas causada pela ordem de Moisés e Arão (p. ex., Êx 8.16-17). A resposta dos magos (Êx 7.22; 8.18-19) também se torna difícil de entender se as pragas são mera intensificação da sequência natural dos fatos aos quais os egípcios já estavam habituados. Outra dificuldade está em como explicar que a partir da quarta praga o povo de Israel, em Gósen, fica isento de suas consequências. Na nona praga, enquanto o território egípcio é mergulhado em trevas, “todos os filhos de Israel tinham luz em suas habitações” (Êx 10.21-29). 

Ao menos uma delas – a morte dos primogênitos – não tem explicação natural. Paul Lawrence, que procura interpretar todas as pragas como resultado de um processo natural, com relação à morte dos primogênitos afirma: “Esta é a unica praga para a qual não há nenhuma explicação natural, constituindo uma ocorrência inequivocamente sobrenatural”. 

Mais tarde, Deus diz que o governo de faraó tinha como finalidade demonstrar o poder de Deus e para que o nome de Deus fosse anunciado em toda a terra (Êx 9.16). Que este objetivo se cumpriu fica demonstrado pela constante repetição das pragas feita pelos filisteus cerca de quatro séculos mais tarde, na Palestina (1 Sm 4.7-9; 6.5-6).

terça-feira, 3 de abril de 2018

A TEORIA DO CATACLISMA E A CRONOLOGIA BÍBLICA


Este artigo de hoje confesso é que essencialmente técnico, ele não foi escrito para ser uma postagem de Blog, mas trata-se de um antigo artigo publicado em meus tempos de mestrado. Desta forma, segue-se o texto tal como foi publicado. Seu objetivo é abordar em parte a questão das datações arqueológicas em contra-partida com os relatos bíblicos:


A TEORIA DO CATACLISMA E A CRONOLOGIA BÍBLICA

NATHAN DA SILVA BUZZATTO


INTRODUÇÀO
Um dos motivos para a crise moderna dos cristãos é que a história da Terra segundo os geólogos não é compatível com a cronologia bíblica. No caso de o relato bíblico ser plenamente confiável, o tempo do planeta resultaria sendo muito mais novo que a ciência moderna costuma presumir. Os livros modernos assumem que o carvão e o petróleo são formados ao longo de milhares de anos pela deposição gradual e uniforme de plantas, animais, algas e microorganismos ao longo de incontáveis gerações e que forças geologias, trabalhando de forma uniforme, enterrou estes depósitos e transformou a matéria nos combustíveis modernos.
Desta divergência cronológica, muitos têm ignorado o trabalho científico afirmando que Deus simplesmente criara o carvão e o petróleo tendo em vista sua utilização pelos homens. Entretanto, se pensarmos em uma hipótese de criação centrada no homem questões controversas surgirão, como: Por que ele não fez algo que poluísse menos? Porque há isótopos radioativos que nos permitem fazer armas? Não significa dizer que a criação não teve em vista o homem, mas extrapola-se o argumento afirmar-se que cada aspecto natural tem em vista a vida humana ou que tudo o que foi criado seria usado pelo homem de uma forma que agrade a Deus.
Muitos ainda tem levado o argumento em outra direção, sugerindo que o carvão e o petróleo apenas aparentam ser antigos porque Deus quis confundir os sábios. Isto é um remanescente do passado quando se acreditava que fósseis eram invenções do diabo ou experiências fracassadas do Criador[1].
O problema com estes posicionamentos é que ambos ignoram um fato importante: o mundo atual não é igual ao mundo que Deus criou. A Terra passou por diversos cataclismas, relacionados direta ou indiretamente com as ações da humanidade (Gen 6:17). Em todo o caso, um dilúvio de proporções épicas ou  outro grande desastre natural poderia explicar a formação em grande escala de depósitos de carvão e petróleo

A TEORIA DE JAMES HUTTON

Cerca de duzentos anos atrás, James Hutton sugeriu que “o presente é a chave para o passado” acreditando que as características geológicas encontradas hoje se formaram por processos geológicos uniformes. Logo, se estes processos foram tão lentos no passado como o são atualmente, os registros geológicos rochosos deve ter levado milhões de anos para se formar. Assim, não apenas as leis da natureza devem ter agido de forma imutável no tempo e no espaço, como também qualquer possibilidade de intervenção sobrenatural seria descartada, numa visão chamada de uniformitarismo, que passou a dominar a geologia[2].
Sobre este método, conforme Hooykaas,
O uniformitarismo estrito pode, com frequência, ser uma garantia contra fantasias pseudo-científicas e meras conjecturas, mas também faz com que facilmente nos esqueçamos que o principio da uniformidade não é uma lei, Enem uma regra feita com base na comparação de vários fatos, mas um princípio metodológico, que precede a percepção dos fatos... por se explicar o passado com base no presente, é posto um limite às conjecturas pois há apenas um modo pelo qual as coisas podem ser iguais, e uma infinidade de formas de se suporem diferentes.[3]

Considera-se assim, que não se pode fazer do uniformitarismo um padrão científico, posto que ele observa a experimentação, e, como padrão metodológico está sujeito à apreciação quanto à pertinência na análise científica, como bem expressou Gould ao comentar Lyell, concordando com Hookyaas, que a “uniformidade do processo”é uma suposição e como tal, é uma presunção metodológica  compartilhada pelos cientistas, não uma lei do mundo empírico[4].
Em sua publicação científica de 1965, Gould reduziu o uniformitarismo a duas interpretações somente: uma metodológica e outra substantiva[5]. Ele dispensou a primeira forma, que presumia a invariância espacial e temporal das leis da natureza como sendo  além de qualquer debate, absurda. A segunda, considerou injustificada limitação ao inquérito científico, já que restringe as condições geológicas às do presente, considerando o uniformitarismo como desnecessário.
Esta teoria, originalmente foi proposta para se contrapor ao catastrofismo, que postula que o passado distante consiste de épocas paroxísmicas interpostas a períodos de relativa tranqüilidade[6].
Especialmente na virada do século XIX para o XX, o impacto das catástrofes era o tema central dos debates entre os geólogos, principalmente sobre o caso da formação do deserto do estado de Washington, EUA pelas catastróficas enchentes glaciais de Missoula. Um importante resultado destes debates foi a re-clarificação de que, enquanto os mesmos princípios arqueológicos ocorrem no tempo, eventos catastróficos ocasionais geram importantes conseqüências geológicas.
Num esforço de junção das idéias, Derek Ager observa:
Geólogos não negam o uniformitarismo em seu sentido verdadeiro, o que vale dizer, interpretar os eventos passados pelos processos presentes, desde que nos lembremos que catástrofes periódicas é parte destes processos. Essas catástrofes aparecem mais nos registros estratigráficos do que até hoje se tem assumido[7].

De forma geral esta teoria anda é predominante, muito embora geólogos modernos sejam mais abertos a Teoria do Cataclisma para explicar grandes eventos como a extinção dos dinossauros.
Desta forma, há um grande espaço entre os dois lados: geólogos que adotam o pensamento uniformitarista e interpretam o mundo de acordo com seu complexo sistema de Eras Geológicas que se estendem por milhões de anos e o crescente número de estudiosos da Teoria do Cataclisma, sob a qual se discutirá a derivação do carvão e do petróleo em sua relação com o relato bíblico.

A DERIVAÇÃO DO CARVÃO

O modelo uniformitário padrão começa com um pântano, onde folhas, musgo, galhos e outras partem de árvores, em um ambiente saturado de água não se decompõem totalmente, convertendo-se em turfa, que ao longo de tempo, sob pressão de soterramento torna-se Lignita, e então, as diversas formas de carvão betuminoso. O processo termina na compactação extrema e na formação de uma rocha dura de carvão preto chamada de Antracita.
Se este processo for considerado, o soterramento gradual da matéria faria com que houvesse gradações horizontais ao longo dos depósitos de carvão já que o estrado inferior sofreu mais pressão e ação do tempo que o extrato superior. Esta gradação foi observada apenas em alguns depósitos Europeus, e segundo Williamson[8], em Pie Rough, uma escavação de 3.500 pés de estratos revelou camadas, como se espera pelo posicionamento unitarista, porém apenas de grupos sub-betuminosos no topo a semi-antracitos na base, o que evidenciou a falta de variações expressivas.
Por outro lado, as gradações costumam ser verticais, ocorrendo estratificações ao longo de várias milhas. A causa presumida para isto é atividade tectônica local, subdução, movimentação divergente, vulcanismo e intrusões que podem gerar mais calor e/ou pressão a uma parte que a outra.
Outra situação que constrange os uniformitaristas está no corrente processo de formação de carvão no vale de Waikato, Nova Zelândia. Pântanos cheios de turfa apresentam subsolo de carvão betuminoso, sem uma barreira física que os separe ou comprima, impossível, segundo os uniformitaristas, posto que para que este tipo de sub-solo existisse seria imprescindível uma compressão de soterramento durante cinquenta milhões de anos.
Certamente a transformação da matéria existiu, mas não de uma forma que a geologia tradicional explique.

A QUANTIDADE DE CARVÃO
Segundo Morton, há um problema quanto a quantidade de carvão existente no mundo. Seriam necessários dez pés de vegetação para se formar um pé de turfa e doze pés de turfa para se formar um pé de carvão[9]. Apesar de algumas divergências quanto a este numerário[10], seriam necessários vinte e quatro mil pés de vegetação para formar um depósito de carvão apenas duzentos pés. Entretanto, não se observa em parte alguma um sistema pantanoso com algo próximo a uma centena de pés de deposição vegetal. Assim, sabiamente observa Woolnough:
Novamente, em nenhum lugar no mundo, no presente, pode um acúmulo de matéria vegetal ser encontrado que seja quantitativamente comensurável com qualquer depósito importante de carvão de tempos geológicos passados[11].

A posição de Woodmorappe[12] sobre o posicionamento de Morton é que ele considerou a quantidade de carbono com base nas deposições vegetais de florestas tropicais, entretanto as florestas úmidas no Pacífico nordeste produzem o dobro e ainda, Morton desconsiderou o acúmulo de turfa da era pré-diluviana, em torno de dezesseis pés de acúmulo e que contribui diretamente com a massa de carbono encontrada.

A COMPOSIÇÃO DO CARVÃO
Há uma incompatibilidade com o tipo de plantas e fósseis encontrados nos depósitos de carvão. Se o carvão é formado de depósitos pantanosos, então a massa dominante deveria ser de material orgânico desta região, entretanto, embora muitas plantas encontradas tolerariam um ambiente saturado de água, outras necessitavam de ambiente seco. (MORTON, 1984, p.216). Além disto, muitos depósitos de carvão contem fósseis de animais que viveram no mar, o que sugere que estes pântanos eram próximos a mares e que eram inundados ocasionalmente, ou que o nível dos oceanos tenha subido. O que não explica também as plantas de terra seca[13].
A FORMAÇÃO RÁPIDA DO CARVÃO NA NATUREZA
Há vários indicadores de que o processo de formação do carvão não levou milhões de anos. Em primeiro lugar, a presença de troncos verticais nos depósitos de carvão sugerem que as árvores foram enterradas de forma relativamente rápida, de outro modo a parte exposta do tronco se decomporia antes do processo de preservação iniciar[14].
Mais contundente é o trabalho de Robert Gentry[15] sobre madeira petrificada de rochas ricas em urânio do platô do Colorado e Chattanooga Shale que demonstram que o carvão foi formado de modo relativamente rápido, e em épocas muito mais recentes que o esperado. Estas madeiras possuem rádio-halos – orifícios esféricos, microscópicos, criados pela alteração do decaimento das partículas radioativas depositadas pela água que fluía através da madeira antes da sua transformação em carvão. Um tipo de halo criado pelo decaimento do urânio encontrado nestes exemplares parece ser mais recente que o dito pela geologia uniformitarista. As amostras parecem ser de milhares de anos de idade, não milhões, como se esperaria[16].
Outro tipo de halo apresenta uma forma elíptica. Aparentemente se formaram pelo decaimento do polônio em um período de seis meses a um ano, e que originalmente eram circulares, então, enquanto a madeira era relativamente maleável, foram esmagados pela pressão de sedimentos. Este tipo de halo é muito incomum, entretanto, foram superpostos a outro tipo de halo, circular. Aparentemente, vinte anos após a formação dos primeiros, um isótopo instável de chumbo provocou a formação de halos superpostos aos halos elípticos. O modelo, então, de Gentry sugere que o processo de formação do carvão requer poucas décadas, com um soterramento repentino de sedimentos e grande compressão.
Mais adiante, a existência dos halos de polônio sugere um processo rápido de transformação da madeira em carvão. Se uma partícula se desintegra enquanto a madeira é maleável, não há a formação de halos, entretanto, se ela é petrificada em dias, ou poucas semanas, no máximo, então a evidência do decaimento do polônio é preservada.
Como estes halos são relativamente comuns de se encontrar em qualquer depósito de carvão, e por parecer datarem de épocas similares, então, um cataclisma mundial poderia explicar a formação das reservas de carvão existentes[17].

DERIVAÇÃO DO PETRÓLEO E GAS NATURAL

Ao contrário do modelo de formação do carvão mineral, a derivação do petróleo é incerta. Geólogos discutem se o petróleo é de origem orgânica ou inorgânica, embora a maioria afirme ser formado, em grande parte, por deposição de organismos vivos[18]. Entretanto, os efeitos do calor e pressão resultaram em reações que alteraram de tal forma a matéria original que se torna difícil sua determinação.
Parte do problema em se explicar a origem do petróleo é sua diversidade. O óleo tem sido encontrado em diversas situações geológicas, e sua química também varia. Há, no entanto, um fator em comum, sempre é encontrado próximo ou entre camadas sedimentares de origem marítima[19].
Por esta razão, comumente se associa a formação do petróleo a deposição de resíduos vegetais e animais que, uma vez soterrados, com calor e pressão se transformam em hidrocarbonetos, conhecido como petróleo, e com o aumento da pressão e calor há a quebra das cadeias pesadas em metano e hidrocarbonetos leves, comumente chamados de gás natural.
Por óbvio, o modelo uniformitário de derivação do petróleo e do gás natural é um processo de milhões de anos.

A ORIGEM INORGÂNICA DO PETROLEO E DO GAS NATURAL
Alguns cientistas vêem na abundância de petróleo um problema para a teoria da Terra Jovem. A este respeito, Morton (1984) afirma que o total de carbono encontrado nos depósitos de petróleo é significativamente maior que o encontrado na matéria orgânica pré-diluviana[20]. Em outras palavras, não há matéria orgânica suficiente para todas as reservas de petróleo.
Para superar este ponto, Morton propõe a origem inorgânica. Infelizmente, sua argumentação de extremo interesse se baseia no modelo de Thomas Gold de alteração do metano, um modelo hoje caído em descrédito. Não significa que a teoria da origem inorgânica deva ser eliminada.
Woodmorappe (1986, p.206) responde que a quantidade de petróleo existente pode ser explicado pelo dilúvio mencionado em Genesis.
Enquanto Morton estima que exista aproximadamente 2 x 1020 gramas de petróleo na crosta terrestre, Woodmorappe demonstra que apenas um centésimo desta quantidade se encontra no leito marítimo. Assim concluindo:
Se qualquer combinação de carbono nos oceanos antediluvianos e o tanto mobilizado por um dilúvio totalizarem 1% do montante presente nos oceanos atuais, as grandes quantidades de Morton seriam imediatamente satisfeitas[21].

Desta forma, não há problemas em se encontrar matéria orgânica suficiente no mundo pré-diluviano para as grandes reservas de petróleo.

ORIGEM ORGÂNICA
Segundo McQueen[22], o petróleo é formado por um repentino soterramento de plantas e animais de forma compatível com o dilúvio. Conforme mencionado, a evidencia direta para isto é de difícil comprovação. A maior parte destas repousa sobre a possibilidade de que várias substancias orgânicas podem ser transformadas em componentes do óleo cru. Por exemplo, a clorofila tipo A, que ocorre em praticamente toda célula fotossintetizante, é estruturalmente parecida com a porfirina, um ingrediente comum de rochas sedimentares e do petróleo. Por esta razão, cientistas concluem que a porfirina representa um “fóssil químico” da clorofila tipo A. A Porfirina também é associada a Hemo[23], um componente da hemoglobina encontrado nos glóbulos vermelhos de todos os vertebrados e invertebrados.
Uma característica dos compostos orgânicos é que se quebram rapidamente em condições aeróbicas. Isto ocorre porque a) eles reagem com o oxigênio, b) muitos organismos decompositores de matéria orgânica vivem em meio aeróbio.
A acumulação lenta no leito oceânico não é a única forma de se isolar os efeitos do oxigênio nestes compostos. Se os sedimentos se acumulam rapidamente, então a matéria orgânica é isolada de condições aeróbias, na forma do exposto por McQueen:
Se “altas taxas de sedimentação” preservam material orgânico, uma taxa catastrófica, como se imagina um dilúvio global, desraigaria, mataria e soterraria material orgânico tão rapidamente que tiraria a porfirina dos agentes oxidantes antes que a água do mar a destruísse.
Como evidência para este argumento, McQueen aponta para a ampla distribuição de porfirina nos sedimentos e no óleo cru, e provou que a porfirina pode ser produzida a partir da clorofila em questão de horas. Este experimento demonstrou que a formação do petróleo não precisa ser explicada pelo modelo uniformitarista.

FORMAÇÃO RÁPIDA DO PETRÓLEO NA NATUREZA
Cientistas descobriram uma formação muito jovem de petróleo na bacia de Guayamas no golfo da Califórnia sob uma camada de mil e quinhentos pés de um visco verde-oliva formado pela decomposição de plânctons. Aparentemente as águas quentes de origem geotérmica atravessando o visco estão convertendo o material orgânico em petróleo e gás. A datação por radiocarbono demonstra que o óleo tem menos de cinco mil anos e certas partes podem realmente ter poucos anos de formação[24].
A descoberta de Guayamas corrobora de forma contundente para a projeção do dilúvio por, ao menos, duas razoes.
Em primeiro lugar, mostra que o óleo pode se formar naturalmente em pouco tempo, ao invés de milhões de anos de forma correspondente à projeção do dilúvio, um evento catastrófico, de curta duração em um tempo relativamente recente.
Em segundo, mostra que águas termais podem originar petróleo em grande quantidade, mais que o calor gerado pelo soterramento.
De forma correspondente, a geologia do dilúvio considera que a sugestão bíblica das “fontes do abismo” seja equivalente a emissões vulcânicas geoterrmais.
Entretanto o enterro rápido da matéria orgânica e a deposição de sedimentos ainda são necessários para a formação dos vastos depósitos de petróleo vistos hoje.
Há que se considerar, entretanto, que atividade geotermal está relacionada a rochas ígneas, que raramente são encontradas nas proximidades de poços de petróleo.
Para este argumento há uma possibilidade compatível com a tese do catastrofismo. As “fontes do abismo” não seriam apenas uma atividade geológica, mas uma grande liberação de energia tectônica no fundo do mar. Assim, o modelo extrapolaria os geysers, vulcões subaquáticos e bolsões de água quente, o modelo de Baumgardner[25] sugere movimentação na crosta com vasta liberação de calor no leito marinho. Este calor pode provocar a transformação de matéria orgânica em hidrocarbonetos.
Apesar de que, com certas reservas, há que se concordar com Andrew Snelling em sua conclusão:
Este modelo de geração hidrotermal de petróleo é mais do que aceitável no processo de formação do petróleo atual e dos depósitos de gás natural numa escala de tempo compatível com o relato bíblico do dilúvio nos tempos de Noé.

Em busca da comprovação da tese da rápida formação do petróleo, Saxby e Riley[26] experimentaram a formação de petróleo por um período de seis anos. Para isto foram usadas amostras de carvão marrom e xisto betuminoso a uma pressão seis vezes maior que a encontrada em uma panela de pressão comum. Começando com uma temperatura de 100°C e aumentando a temperatura em um grau por semana por períodos de 50, 100, 200, 250 e 300 semanas, analisando o conteúdo a 150, 200, 250, 300, 350 e 450°C, respectivamente. Esta foi uma simulação de soterramento de rochas sub centenas de pés de sedimentos por semana. Após 200 semanas, isso é, menos que quatro anos, o xisto produziu um sub-produto indistinguível do petróleo cru parafinado, enquanto o carvão marrom produziu gás natural.
O experimento confirma as origens do petróleo e do gás natural, que sob circunstancias corretas, podem gerar hidrocarbonos similares aos encontrados naturalmente[27].
Se assumirmos que um dilúvio de proporções globais ocorreu, então grandes quantidades de sedimentos seriam depositadas em pouco tempo, comprimindo o que levaria algumas centenas de anos para ser feito.
Os experimentos de Lewan[28] atingiram o pico de produção em apenas 72 horas sob temperatura constante de 350°C, quando petróleo escorreu de rochas ricas em matéria orgânica. Esta simulação resultou em um óleo com baixo teor de hidrocarbonetos e grandes teores de nitrogênio, enxofre e oxigênio, da mesma forma que o petróleo de Guayamas. Ficou assim demonstrado que altas temperaturas, grande deposição e falta de migração do material podem produzir petróleo em poucos anos.

CONCLUSÃO

Mesmo que ainda muitos detalhes precisem ser esclarecidos na tese do dilúvio, o pouco já estudo fornece esperança para estudos posteriores. Experiências de laboratório e mesmo ocorrências naturais demonstram que o carvão, o petróleo e o gás natural podem ser formados em pouco tempo sob condições adequadas, não apenas em milhões de anos, como se costuma afirmar.
Em que pese o modelo uniformitarista que insiste na deposição gradual de sedimentos durante milhões de anos, o modelo do dilúvio torna possível o mesmo efeito em uma base cronológica compatível com a cronologia bíblica.
Quanto aos índices de oxigênio, o modelo uniformitarista de deposição gradual priva a matéria de oxigênio, impedindo sua decomposição em um estágio inicial, motivo pelo qual milhões de anos seriam necessários para a decomposição do material sob pressão e temperaturas elevadas.
O modelo do dilúvio assume a possibilidade de grande deposição com soterramento imediato, não isolando a matéria do oxigênio, necessário no processo de decomposição, permitindo que desde o início os recursos minerais em estudo pudessem ser formados.
Uma reação ao uniformitarismo é comprometer uma interpretação conservadora das Escrituras ou sugerir que estes materiais sejam antigos porque Deus os teria feito assim. Esta tentativa de se invocar a Deus indiscriminadamente em toda parte onde haja lacunas de entendimento é uma forma de menosprezar Deus e o mundo criado por Ele.
É fato que o mundo aparenta ser mais antigo do que é já que as árvores criadas eram adultas e frutíferas (Gen 1:12) e que o homem e os animais eram maduros e capazes de se multiplicar (Gen 1:22-28), então é possível que Deus tenha criado petróleo e carvão para a humanidade, e ele certamente teria poder para tal. Entretanto, também é verdade que ele enviou um grande dilúvio para destruir toda a vida na Terra (Gen 6:17). Também é verdade que há muita evidencia de que plantas e animais em grande quantidade são a principal matéria prima do carvão e do petróleo. Dizer que Deus mandou um dilúvio, não significa dizer que Ele engana os homens em fazer com que estes recursos pareçam mais antigos do que são, mas que estes elementos são a prova de um julgamento com água sobre os pecados da humanidade decaída (Gen 6:5-7). A natureza suplementa as Escrituras, quando muito, também não acrescenta respostas, mas em nenhum caso a revelação natural sugere algo que contradiga as Escrituras.


[1] MATTHEWS, William H. (1962), Fossils (New York: Barnes & Noble) p.162
[2] GOULD, Stephen Jay (1987), Time’s Arrow, Time’s Cycle (Cambridge, MA: Harvard University Press) p. 119
[3] HOOYKAAS, R. 1963. The Principle of Uniformity in Geology, Biology, and Theology, 2a Ed. Londres: E.J. Brill. P.38: Strict uniformitarianism may often be a guarantee against pseudo-scientific phantasies and loose conjectures, but it makes one easily forget that the principle of uniformity is not a law, not a rule established after comparison of facts, but a methodological principle, preceding the observation of facts . . . It is the logical principle of parsimony of causes and of economy of scientific notions. By explaining past changes by analogy with present phenomena, a limit is set to conjecture, for there is only one way in which two things are equal, but there are an infinity of ways in which they could be supposed different. Tradução Livre.
[4] GOULD, S. J. 1984. Toward the vindication of punctuational change in catastrophes and earth history. In Catastrophes and Earth History, eds. W. A. Berggren and J. A. Van Couvering, p. 11. Princeton, New Jersey: Princeton University Press.
[5] Gould, S. J. 1965. Is uniformitarianism necessary?American Journal of Science 263: pp. 223–228.
[6] William J. Whewell, Principles of Geology, Charles Leyell, vol. II, London, 1832: Quart. Rev., v. 47, p. 103-123.
[7] Ager, Derek V. (1993). The Nature of the Stratigraphical Record, 3rd Ed.. Chichester, New York, Brisbane, Toronto, Singapore: John Wiley & Sons. pp. 83–84.
[8] Williamson, Iain A. (1967), Coal Mining Geology (London: Oxford University Press). P. 241-242.
[9] Morton, Glenn R. (1984), “The Carbon Problem,” Creation Research Society Quarterly, 20:212-219.
[10] Williamson, Iain A. (1967), Coal Mining Geology (London: Oxford University Press).
[11] Woolnough, W.G. (1971), “Sedimentation in Barred Basins and Source Rocks of Oil,” Origin of Evaporites, AAPG Reprint Series (Tulsa, OK: American Assoc. of Petroleum Geologists). As quoted, with emphasis, in Morton (1984). Again, nowhere in the world, at present, can accumulations of vegetable matter be found which are quantitatively commensurate with any of the major coal deposits of past geological time. Tradução Livre
[12] Woodmorappe, John (1986), “The Antediluvian Biosphere and its Capability of Supplying the Entire Fossil Record,” Proceedings of the First International Conference on Creationism, August 4-9, 1986, Pittsburgh, Pennsylvania, ed. R.E. Walsh, C.L. Brooks, and R.S. Crowell (Pittsburgh, PA: Creation Science Fellowship), 2:205- 213.
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[14] Morris, Henry M., ed. (1974), Scientific Creationism (San Diego, CA: Creation-Life Publishers).
[15] Robert V. Gentry é físico nuclear,  docente da Universidade da Flórida, e criacionista defensor da tese da idade recente da Terra
[16] Gentry, Robert V., et al. (1976), “Radiohalos in Coalified Wood: New Evidence Relating to the Time of Uranium Introduction and Coalification,” Science, 194:315-318.
[17] Gentry, Robert V. (1986), Creation’s Tiny Mystery (Knoxville, TN: Earth Science Associates).
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[20] Morton, Glenn R. (1984), “The Carbon Problem,” Creation Research Society Quarterly, 20:212-219.
[21] Woodmorappe, John (1986), “The Antediluvian Biosphere and its Capability of Supplying the Entire Fossil Record,” Proceedings of the First International Conference on Creationism, August 4-9, 1986, Pittsburgh,  ennsylvania, ed. R.E. Walsh, C.L. Brooks, and R.S. Crowell (Pittsburgh, PA: Creation Science Fellowship), 2:205-213.
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