Este artigo de hoje confesso é que essencialmente técnico, ele não foi escrito para ser uma postagem de Blog, mas trata-se de um antigo artigo publicado em meus tempos de mestrado. Desta forma, segue-se o texto tal como foi publicado. Seu objetivo é abordar em parte a questão das datações arqueológicas em contra-partida com os relatos bíblicos:
A TEORIA
DO CATACLISMA E A CRONOLOGIA BÍBLICA
NATHAN
DA SILVA BUZZATTO
INTRODUÇÀO
Um dos motivos para a crise
moderna dos cristãos é que a história da Terra segundo os geólogos não é
compatível com a cronologia bíblica. No caso de o relato bíblico ser plenamente
confiável, o tempo do planeta resultaria sendo muito mais novo que a ciência
moderna costuma presumir. Os livros modernos assumem que o carvão e o petróleo
são formados ao longo de milhares de anos pela deposição gradual e uniforme de
plantas, animais, algas e microorganismos ao longo de incontáveis gerações e
que forças geologias, trabalhando de forma uniforme, enterrou estes depósitos e
transformou a matéria nos combustíveis modernos.
Desta divergência
cronológica, muitos têm ignorado o trabalho científico afirmando que Deus
simplesmente criara o carvão e o petróleo tendo em vista sua utilização pelos
homens. Entretanto, se pensarmos em uma hipótese de criação centrada no homem
questões controversas surgirão, como: Por que ele não fez algo que poluísse
menos? Porque há isótopos radioativos que nos permitem fazer armas? Não
significa dizer que a criação não teve em vista o homem, mas extrapola-se o
argumento afirmar-se que cada aspecto natural tem em vista a vida humana ou que
tudo o que foi criado seria usado pelo homem de uma forma que agrade a Deus.
Muitos ainda tem levado o
argumento em outra direção, sugerindo que o carvão e o petróleo apenas
aparentam ser antigos porque Deus quis confundir os sábios. Isto é um
remanescente do passado quando se acreditava que fósseis eram invenções do
diabo ou experiências fracassadas do Criador.
O problema com estes
posicionamentos é que ambos ignoram um fato importante: o mundo atual não é
igual ao mundo que Deus criou. A Terra passou por diversos cataclismas,
relacionados direta ou indiretamente com as ações da humanidade (Gen 6:17). Em
todo o caso, um dilúvio de proporções épicas ou
outro grande desastre natural poderia explicar a formação em grande
escala de depósitos de carvão e petróleo
A TEORIA
DE JAMES HUTTON
Cerca de duzentos anos
atrás, James Hutton sugeriu que “o presente é a chave para o passado”
acreditando que as características geológicas encontradas hoje se formaram por
processos geológicos uniformes. Logo, se estes processos foram tão lentos no
passado como o são atualmente, os registros geológicos rochosos deve ter levado
milhões de anos para se formar. Assim, não apenas as leis da natureza devem ter
agido de forma imutável no tempo e no espaço, como também qualquer possibilidade
de intervenção sobrenatural seria descartada, numa visão chamada de
uniformitarismo, que passou a dominar a geologia.
Sobre este método, conforme
Hooykaas,
O uniformitarismo
estrito pode, com frequência, ser uma garantia contra fantasias pseudo-científicas
e meras conjecturas, mas também faz com que facilmente nos esqueçamos que o
principio da uniformidade não é uma lei, Enem uma regra feita com base na
comparação de vários fatos, mas um princípio metodológico, que precede a
percepção dos fatos... por se explicar o passado com base no presente, é posto
um limite às conjecturas pois há apenas um modo pelo qual as coisas podem ser
iguais, e uma infinidade de formas de se suporem diferentes.
Considera-se assim, que não
se pode fazer do uniformitarismo um padrão científico, posto que ele observa a
experimentação, e, como padrão metodológico está sujeito à apreciação quanto à
pertinência na análise científica, como bem expressou Gould ao comentar Lyell,
concordando com Hookyaas, que a “uniformidade do processo”é uma suposição e
como tal, é uma presunção metodológica
compartilhada pelos cientistas, não uma lei do mundo empírico.
Em sua publicação científica
de 1965, Gould reduziu o uniformitarismo a duas interpretações somente: uma
metodológica e outra substantiva.
Ele dispensou a primeira forma, que presumia a invariância espacial e temporal
das leis da natureza como sendo além de
qualquer debate, absurda. A segunda, considerou injustificada limitação ao
inquérito científico, já que restringe as condições geológicas às do presente,
considerando o uniformitarismo como desnecessário.
Esta teoria, originalmente
foi proposta para se contrapor ao catastrofismo, que postula que o passado
distante consiste de épocas paroxísmicas interpostas a períodos de relativa tranqüilidade.
Especialmente na virada do
século XIX para o XX, o impacto das catástrofes era o tema central dos debates
entre os geólogos, principalmente sobre o caso da formação do deserto do estado
de Washington, EUA pelas catastróficas enchentes glaciais de Missoula. Um
importante resultado destes debates foi a re-clarificação de que, enquanto os
mesmos princípios arqueológicos ocorrem no tempo, eventos catastróficos ocasionais
geram importantes conseqüências geológicas.
Num esforço de junção das
idéias, Derek Ager observa:
Geólogos não negam o
uniformitarismo em seu sentido verdadeiro, o que vale dizer, interpretar os
eventos passados pelos processos presentes, desde que nos lembremos que
catástrofes periódicas é parte destes processos. Essas catástrofes aparecem
mais nos registros estratigráficos do que até hoje se tem assumido.
De forma geral esta teoria
anda é predominante, muito embora geólogos modernos sejam mais abertos a Teoria
do Cataclisma para explicar grandes eventos como a extinção dos dinossauros.
Desta forma, há um grande
espaço entre os dois lados: geólogos que adotam o pensamento uniformitarista e
interpretam o mundo de acordo com seu complexo sistema de Eras Geológicas que
se estendem por milhões de anos e o crescente número de estudiosos da Teoria do
Cataclisma, sob a qual se discutirá a derivação do carvão e do petróleo em sua
relação com o relato bíblico.
A
DERIVAÇÃO DO CARVÃO
O modelo uniformitário
padrão começa com um pântano, onde folhas, musgo, galhos e outras partem de
árvores, em um ambiente saturado de água não se decompõem totalmente,
convertendo-se em turfa, que ao longo de tempo, sob pressão de soterramento
torna-se Lignita, e então, as diversas formas de carvão betuminoso. O processo
termina na compactação extrema e na formação de uma rocha dura de carvão preto
chamada de Antracita.
Se este processo for
considerado, o soterramento gradual da matéria faria com que houvesse gradações
horizontais ao longo dos depósitos de carvão já que o estrado inferior sofreu
mais pressão e ação do tempo que o extrato superior. Esta gradação foi
observada apenas em alguns depósitos Europeus, e segundo Williamson,
em Pie Rough, uma escavação de 3.500 pés de estratos revelou camadas, como se
espera pelo posicionamento unitarista, porém apenas de grupos sub-betuminosos
no topo a semi-antracitos na base, o que evidenciou a falta de variações
expressivas.
Por outro lado, as gradações
costumam ser verticais, ocorrendo estratificações ao longo de várias milhas. A
causa presumida para isto é atividade tectônica local, subdução, movimentação
divergente, vulcanismo e intrusões que podem gerar mais calor e/ou pressão a
uma parte que a outra.
Outra situação que
constrange os uniformitaristas está no corrente processo de formação de carvão
no vale de Waikato, Nova Zelândia. Pântanos cheios de turfa apresentam subsolo
de carvão betuminoso, sem uma barreira física que os separe ou comprima,
impossível, segundo os uniformitaristas, posto que para que este tipo de
sub-solo existisse seria imprescindível uma compressão de soterramento durante
cinquenta milhões de anos.
Certamente a transformação
da matéria existiu, mas não de uma forma que a geologia tradicional explique.
A QUANTIDADE DE CARVÃO
Segundo Morton, há um
problema quanto a quantidade de carvão existente no mundo. Seriam necessários
dez pés de vegetação para se formar um pé de turfa e doze pés de turfa para se
formar um pé de carvão.
Apesar de algumas divergências quanto a este numerário,
seriam necessários vinte e quatro mil pés de vegetação para formar um depósito
de carvão apenas duzentos pés. Entretanto, não se observa em parte alguma um
sistema pantanoso com algo próximo a uma centena de pés de deposição vegetal.
Assim, sabiamente observa Woolnough:
Novamente, em nenhum
lugar no mundo, no presente, pode um acúmulo de matéria vegetal ser encontrado
que seja quantitativamente comensurável com qualquer depósito importante de
carvão de tempos geológicos passados.
A posição de Woodmorappe
sobre o posicionamento de Morton é que ele considerou a quantidade de carbono
com base nas deposições vegetais de florestas tropicais, entretanto as florestas
úmidas no Pacífico nordeste produzem o dobro e ainda, Morton desconsiderou o
acúmulo de turfa da era pré-diluviana, em torno de dezesseis pés de acúmulo e
que contribui diretamente com a massa de carbono encontrada.
A COMPOSIÇÃO DO CARVÃO
Há uma incompatibilidade com
o tipo de plantas e fósseis encontrados nos depósitos de carvão. Se o carvão é
formado de depósitos pantanosos, então a massa dominante deveria ser de
material orgânico desta região, entretanto, embora muitas plantas encontradas
tolerariam um ambiente saturado de água, outras necessitavam de ambiente seco.
(MORTON, 1984, p.216). Além disto, muitos depósitos de carvão contem fósseis de
animais que viveram no mar, o que sugere que estes pântanos eram próximos a
mares e que eram inundados ocasionalmente, ou que o nível dos oceanos tenha
subido. O que não explica também as plantas de terra seca.
A FORMAÇÃO RÁPIDA DO CARVÃO
NA NATUREZA
Há vários indicadores de que
o processo de formação do carvão não levou milhões de anos. Em primeiro lugar,
a presença de troncos verticais nos depósitos de carvão sugerem que as árvores
foram enterradas de forma relativamente rápida, de outro modo a parte exposta
do tronco se decomporia antes do processo de preservação iniciar.
Mais contundente é o
trabalho de Robert Gentry
sobre madeira petrificada de rochas ricas em urânio do platô do Colorado e
Chattanooga Shale que demonstram que o carvão foi formado de modo relativamente
rápido, e em épocas muito mais recentes que o esperado. Estas madeiras possuem
rádio-halos – orifícios esféricos, microscópicos, criados pela alteração do
decaimento das partículas radioativas depositadas pela água que fluía através
da madeira antes da sua transformação em carvão. Um tipo de halo criado pelo
decaimento do urânio encontrado nestes exemplares parece ser mais recente que o
dito pela geologia uniformitarista. As amostras parecem ser de milhares de anos
de idade, não milhões, como se esperaria.
Outro tipo de halo apresenta
uma forma elíptica. Aparentemente se formaram pelo decaimento do polônio em um
período de seis meses a um ano, e que originalmente eram circulares, então,
enquanto a madeira era relativamente maleável, foram esmagados pela pressão de
sedimentos. Este tipo de halo é muito incomum, entretanto, foram superpostos a
outro tipo de halo, circular. Aparentemente, vinte anos após a formação dos
primeiros, um isótopo instável de chumbo provocou a formação de halos
superpostos aos halos elípticos. O modelo, então, de Gentry sugere que o
processo de formação do carvão requer poucas décadas, com um soterramento
repentino de sedimentos e grande compressão.
Mais adiante, a existência
dos halos de polônio sugere um processo rápido de transformação da madeira em
carvão. Se uma partícula se desintegra enquanto a madeira é maleável, não há a
formação de halos, entretanto, se ela é petrificada em dias, ou poucas semanas,
no máximo, então a evidência do decaimento do polônio é preservada.
Como estes halos são
relativamente comuns de se encontrar em qualquer depósito de carvão, e por parecer
datarem de épocas similares, então, um cataclisma mundial poderia explicar a
formação das reservas de carvão existentes.
DERIVAÇÃO
DO PETRÓLEO E GAS NATURAL
Ao contrário do modelo de
formação do carvão mineral, a derivação do petróleo é incerta. Geólogos
discutem se o petróleo é de origem orgânica ou inorgânica, embora a maioria
afirme ser formado, em grande parte, por deposição de organismos vivos.
Entretanto, os efeitos do calor e pressão resultaram em reações que alteraram
de tal forma a matéria original que se torna difícil sua determinação.
Parte do problema em se
explicar a origem do petróleo é sua diversidade. O óleo tem sido encontrado em
diversas situações geológicas, e sua química também varia. Há, no entanto, um
fator em comum, sempre é encontrado próximo ou entre camadas sedimentares de
origem marítima.
Por esta razão, comumente se
associa a formação do petróleo a deposição de resíduos vegetais e animais que,
uma vez soterrados, com calor e pressão se transformam em hidrocarbonetos, conhecido
como petróleo, e com o aumento da pressão e calor há a quebra das cadeias
pesadas em metano e hidrocarbonetos leves, comumente chamados de gás natural.
Por óbvio, o modelo
uniformitário de derivação do petróleo e do gás natural é um processo de milhões
de anos.
A ORIGEM INORGÂNICA DO
PETROLEO E DO GAS NATURAL
Alguns cientistas vêem na
abundância de petróleo um problema para a teoria da Terra Jovem. A este
respeito, Morton (1984) afirma que o total de carbono encontrado nos depósitos
de petróleo é significativamente maior que o encontrado na matéria orgânica
pré-diluviana.
Em outras palavras, não há matéria orgânica suficiente para todas as reservas
de petróleo.
Para superar este ponto,
Morton propõe a origem inorgânica. Infelizmente, sua argumentação de extremo
interesse se baseia no modelo de Thomas Gold de alteração do metano, um modelo
hoje caído em descrédito. Não significa que a teoria da origem inorgânica deva
ser eliminada.
Woodmorappe (1986, p.206)
responde que a quantidade de petróleo existente pode ser explicado pelo dilúvio
mencionado em Genesis.
Enquanto Morton estima que
exista aproximadamente 2 x 1020 gramas de petróleo na crosta
terrestre, Woodmorappe demonstra que apenas um centésimo desta quantidade se
encontra no leito marítimo. Assim concluindo:
Se qualquer
combinação de carbono nos oceanos antediluvianos e o tanto mobilizado por um
dilúvio totalizarem 1% do montante presente nos oceanos atuais, as grandes
quantidades de Morton seriam imediatamente satisfeitas.
Desta forma, não há
problemas em se encontrar matéria orgânica suficiente no mundo pré-diluviano
para as grandes reservas de petróleo.
ORIGEM ORGÂNICA
Segundo McQueen,
o petróleo é formado por um repentino soterramento de plantas e animais de
forma compatível com o dilúvio. Conforme mencionado, a evidencia direta para
isto é de difícil comprovação. A maior parte destas repousa sobre a
possibilidade de que várias substancias orgânicas podem ser transformadas em
componentes do óleo cru. Por exemplo, a clorofila tipo A, que ocorre em
praticamente toda célula fotossintetizante, é estruturalmente parecida com a
porfirina, um ingrediente comum de rochas sedimentares e do petróleo. Por esta
razão, cientistas concluem que a porfirina representa um “fóssil químico” da
clorofila tipo A. A Porfirina também é associada a Hemo,
um componente da hemoglobina encontrado nos glóbulos vermelhos de todos os
vertebrados e invertebrados.
Uma característica dos
compostos orgânicos é que se quebram rapidamente em condições aeróbicas. Isto ocorre
porque a) eles reagem com o oxigênio, b) muitos organismos decompositores de
matéria orgânica vivem em meio aeróbio.
A acumulação lenta no leito
oceânico não é a única forma de se isolar os efeitos do oxigênio nestes
compostos. Se os sedimentos se acumulam rapidamente, então a matéria orgânica é
isolada de condições aeróbias, na forma do exposto por McQueen:
Se “altas taxas de
sedimentação” preservam material orgânico, uma taxa catastrófica, como se
imagina um dilúvio global, desraigaria, mataria e soterraria material orgânico
tão rapidamente que tiraria a porfirina dos agentes oxidantes antes que a água
do mar a destruísse.
Como evidência para este
argumento, McQueen aponta para a ampla distribuição de porfirina nos sedimentos
e no óleo cru, e provou que a porfirina pode ser produzida a partir da
clorofila em questão de horas. Este experimento demonstrou que a formação do
petróleo não precisa ser explicada pelo modelo uniformitarista.
FORMAÇÃO RÁPIDA DO PETRÓLEO
NA NATUREZA
Cientistas descobriram uma
formação muito jovem de petróleo na bacia de Guayamas no golfo da Califórnia
sob uma camada de mil e quinhentos pés de um visco verde-oliva formado pela
decomposição de plânctons. Aparentemente as águas quentes de origem geotérmica
atravessando o visco estão convertendo o material orgânico em petróleo e gás. A
datação por radiocarbono demonstra que o óleo tem menos de cinco mil anos e
certas partes podem realmente ter poucos anos de formação.
A descoberta de Guayamas
corrobora de forma contundente para a projeção do dilúvio por, ao menos, duas
razoes.
Em primeiro lugar, mostra
que o óleo pode se formar naturalmente em pouco tempo, ao invés de milhões de
anos de forma correspondente à projeção do dilúvio, um evento catastrófico, de
curta duração em um tempo relativamente recente.
Em segundo, mostra que águas
termais podem originar petróleo em grande quantidade, mais que o calor gerado
pelo soterramento.
De forma correspondente, a
geologia do dilúvio considera que a sugestão bíblica das “fontes do abismo” seja
equivalente a emissões vulcânicas geoterrmais.
Entretanto o enterro rápido
da matéria orgânica e a deposição de sedimentos ainda são necessários para a
formação dos vastos depósitos de petróleo vistos hoje.
Há que se considerar,
entretanto, que atividade geotermal está relacionada a rochas ígneas, que
raramente são encontradas nas proximidades de poços de petróleo.
Para este argumento há uma
possibilidade compatível com a tese do catastrofismo. As “fontes do abismo” não
seriam apenas uma atividade geológica, mas uma grande liberação de energia
tectônica no fundo do mar. Assim, o modelo extrapolaria os geysers, vulcões
subaquáticos e bolsões de água quente, o modelo de Baumgardner
sugere movimentação na crosta com vasta liberação de calor no leito marinho.
Este calor pode provocar a transformação de matéria orgânica em
hidrocarbonetos.
Apesar de que, com certas
reservas, há que se concordar com Andrew Snelling em sua conclusão:
Este modelo de
geração hidrotermal de petróleo é mais do que aceitável no processo de formação
do petróleo atual e dos depósitos de gás natural numa escala de tempo
compatível com o relato bíblico do dilúvio nos tempos de Noé.
Em busca da comprovação da
tese da rápida formação do petróleo, Saxby e Riley
experimentaram a formação de petróleo por um período de seis anos. Para isto
foram usadas amostras de carvão marrom e xisto betuminoso a uma pressão seis
vezes maior que a encontrada em uma panela de pressão comum. Começando com uma
temperatura de 100°C e aumentando a temperatura em um grau por semana por
períodos de 50, 100, 200, 250 e 300 semanas, analisando o conteúdo a 150, 200,
250, 300, 350 e 450°C, respectivamente. Esta foi uma simulação de soterramento
de rochas sub centenas de pés de sedimentos por semana. Após 200 semanas, isso
é, menos que quatro anos, o xisto produziu um sub-produto indistinguível do
petróleo cru parafinado, enquanto o carvão marrom produziu gás natural.
O experimento confirma as
origens do petróleo e do gás natural, que sob circunstancias corretas, podem
gerar hidrocarbonos similares aos encontrados naturalmente.
Se assumirmos que um dilúvio
de proporções globais ocorreu, então grandes quantidades de sedimentos seriam depositadas
em pouco tempo, comprimindo o que levaria algumas centenas de anos para ser
feito.
Os experimentos de Lewan
atingiram o pico de produção em apenas 72 horas sob temperatura constante de
350°C, quando petróleo escorreu de rochas ricas em matéria orgânica. Esta
simulação resultou em um óleo com baixo teor de hidrocarbonetos e grandes
teores de nitrogênio, enxofre e oxigênio, da mesma forma que o petróleo de
Guayamas. Ficou assim demonstrado que altas temperaturas, grande deposição e
falta de migração do material podem produzir petróleo em poucos anos.
CONCLUSÃO
Mesmo que ainda muitos
detalhes precisem ser esclarecidos na tese do dilúvio, o pouco já estudo
fornece esperança para estudos posteriores. Experiências de laboratório e mesmo
ocorrências naturais demonstram que o carvão, o petróleo e o gás natural podem
ser formados em pouco tempo sob condições adequadas, não apenas em milhões de
anos, como se costuma afirmar.
Em que pese o modelo
uniformitarista que insiste na deposição gradual de sedimentos durante milhões
de anos, o modelo do dilúvio torna possível o mesmo efeito em uma base
cronológica compatível com a cronologia bíblica.
Quanto aos índices de
oxigênio, o modelo uniformitarista de deposição gradual priva a matéria de
oxigênio, impedindo sua decomposição em um estágio inicial, motivo pelo qual
milhões de anos seriam necessários para a decomposição do material sob pressão
e temperaturas elevadas.
O modelo do dilúvio assume a
possibilidade de grande deposição com soterramento imediato, não isolando a
matéria do oxigênio, necessário no processo de decomposição, permitindo que
desde o início os recursos minerais em estudo pudessem ser formados.
Uma reação ao
uniformitarismo é comprometer uma interpretação conservadora das Escrituras ou
sugerir que estes materiais sejam antigos porque Deus os teria feito assim.
Esta tentativa de se invocar a Deus indiscriminadamente em toda parte onde haja
lacunas de entendimento é uma forma de menosprezar Deus e o mundo criado por
Ele.
É fato que o mundo aparenta
ser mais antigo do que é já que as árvores criadas eram adultas e frutíferas (Gen
1:12) e que o homem e os animais eram maduros e capazes de se multiplicar (Gen
1:22-28), então é possível que Deus tenha criado petróleo e carvão para a
humanidade, e ele certamente teria poder para tal. Entretanto, também é verdade
que ele enviou um grande dilúvio para destruir toda a vida na Terra (Gen 6:17).
Também é verdade que há muita evidencia de que plantas e animais em grande
quantidade são a principal matéria prima do carvão e do petróleo. Dizer que
Deus mandou um dilúvio, não significa dizer que Ele engana os homens em fazer
com que estes recursos pareçam mais antigos do que são, mas que estes elementos
são a prova de um julgamento com água sobre os pecados da humanidade decaída
(Gen 6:5-7). A natureza suplementa as Escrituras, quando muito, também não
acrescenta respostas, mas em nenhum caso a revelação natural sugere algo que
contradiga as Escrituras.
Woolnough, W.G.
(1971), “Sedimentation in Barred Basins and Source Rocks of Oil,” Origin of
Evaporites, AAPG Reprint Series (Tulsa, OK: American Assoc. of Petroleum
Geologists). As quoted, with emphasis, in Morton (1984). Again, nowhere in the
world, at present, can accumulations of vegetable matter be found which are quantitatively
commensurate with any of the major coal deposits of past geological time. Tradução Livre
Woodmorappe,
John (1986), “The Antediluvian Biosphere and its Capability of Supplying the Entire
Fossil Record,” Proceedings of the First International Conference on
Creationism, August 4-9, 1986, Pittsburgh, Pennsylvania, ed. R.E. Walsh,
C.L. Brooks, and R.S. Crowell (Pittsburgh, PA: Creation Science Fellowship),
2:205- 213.
Didyk, B.M. and
B.R.T. Simoneit (1989), “Hydrothermal Oil of Guaymas Basin and Implications for
Didyk, B.M. and B.R.T. Simoneit (1989), “Hydrothermal Oil of Guaymas Basin and
Implications for Petroleum Formation Mechanisms,” Nature, 342:65-69.