sexta-feira, 26 de abril de 2019

O que é santidade?


Você provavelmente já ouviu a palavra "santo" alguma vez ou pelo menos a cantou uma vez ou outra numa música da Igreja. E pra maioria das pessoas, essa ideia só está relacionada a ser uma pessoa moralmente boa... Então, Deus é "santo", porque Ele é moralmente perfeito. Sim, mas isso é uma parte, a ideia de "santidade" é maior e ainda mais rica. Na verdade, ela descreve como Deus é a força criativa por trás de todo o universo. Ele é o único ser com o poder de fazer um mundo cheio de beleza e vida. E todas essa habilidades fazem Deus ser completamente único, o que é o significado da palavra "santo" .

Então, um caminho que ajuda a pensar a santidade de Deus é usar o sol como metáfora. O sol é único - pelo menos no nosso sistema solar, e ele é muito poderoso. Ele é a fonte de toda essa beleza e vida do nosso planeta. Então, você pode dizer que o sol é '"santo". E você pode ir ainda mais longe com essa metáfora considerando que toda a área ao redor do sol também é "santa". Sim, porque quanto mais perto você chega do sol, mais intenso ele fica. Então, aquele mesmo poder e bondade que cria vida, é também perigoso. Quer dizer, se você chegar muito perto do sol, ele te aniquila. E da mesma foma, existe esse paradoxo no centro da santidade de Deus. Porque se você estiver impuro, a presença dEle é perigosa pra você não porque ela é má, mas porque é muito boa. 

Então, a primeira vez que vemos o paradoxo da santidade de Deus é na história de Moisés e a sarça ardente. Deus fala pra Moisés tirar as sandálias, porque ele está pisando em um lugar santo. E Moisés cobre o rosto com medo, e Deus diz: "Ei, não se aproxime". É intenso! É exatamente essa intensidade da santidade de Deus que é explorada ainda mais nas histórias do templo de Israel, que foi o principal lugar onde se podia encontrar a santa presença de Deus. No centro do templo havia um cômodo chamado "Santo dos Santos", que era o ponto de acesso à presença de Deus, e seja você um israelita morando ao redor do templo ou um sacerdote trabalhando no templo, você está próximo da santa presença de Deus. o que é perigoso. Sim, isso é um problema. Então, como isso devia funcionar? Bem, na Bíblia a solução é que você precisa se tornar "puro". Moralmente puro? A Bíblia passa muito tempo falando de outro tipo de pureza ser ritualmente puro, o que é um estado onde você se distancia de qualquer coisa relacionada à morte como tocar em coisas como pele enferma, cadáveres ou até mesmo certos fluidos corporais - tudo isto te faz impuro. E se tornar ritualmente impuro não é necessariamente pecado. O que é errado é entrar na presença de Deus enquanto se está num estado impuro. E é por isso que Deus deu aos israelitas instruções bem claras para que soubessem quando eles estavam impuros... passos para tornarem-se puros, para que eles pudessem ir ao templo novamente. Então, é sobre isso que o livro de Levítico é. 

Mais tarde nas escrituras, nós achamos essa história realmente interessante escrita por um profeta chamado Isaías. Ele tem uma visão em que ele está no templo, bem diante da presença de Deus. E ele está totalmente apavorado! Ele sabe as regras. Ele não deveria estar ali. E ele fica preocupado pela possibilidade de ser destruído. E aí existe um ser chamado de Serafim. Ele voa com uma brasa quente e cauteriza os lábios de Isaías com a brasa e diz algo muito estranho... "Sua culpa foi removida e seus pecados foram perdoados". Então, essa brasa em chamas, de algum jeito, deixa Isaías puro. Sim, é extraordinário porque, normalmente, se você toca algo impuro aquilo te transfere a impureza. Mas agora temos essa nova ideia, onde você tem essa brasa, este objeto santíssimo e puro, e isto toca Isaías e transfere pureza a ele. Isaías não é destruído pela santidade de Deus, ele é transformado por ela. As implicações disso são enormes. 

Há mais uma ideia, desta vez com um outro profeta: Ezequiel. Ele teve uma visão onde ele está na frente do templo e ele vê água correndo de dentro dele. Esta água vira um riacho, e então começa a se tornar num rio profundo que começa a fluir pelo deserto deixando uma trilha de árvores verdes atrás dele. E ele flui até o Mar Morto, tornando tudo fresco e vivo. Então, ao invés de se tornar puro primeiro e depois ir ao templo aqui a santidade de Deus sai do templo, tornando as coisas puras e trazendo vida. O que tudo isso significa? A gente não sabe. Até conhecermos esse homem: Jesus.

Ele afirma estar cumprindo todas essas visões antigas mas de maneira nova e surpreendente. Então Jesus sai por aí tocando as pessoas que eram impuras, pessoas com doenças de pele, uma mulher com hemorragia crônica ou pessoas mortas, e quando ele as toca, suas impurezas deviam ser transferidas a Jesus, mas ao invés disso, a pureza de Jesus era transferida a elas e na verdade curava seus corpos. Jesus é aquela brasa santa da visão de Isaías. Sim. E Jesus afirma que ele é a encarnação humana da própria santidade de Deus e que ele e os seus seguidores seriam agora o templo de Deus para que por meio deles a presença santa de Deus invadiria o mundo e traria vida, cura e esperança. É por isso que Jesus descreveu seus seguidores como tendo rios de água viva fluindo deles. 

Então essa é a nossa parte da história, onde nos encontramos agora. Mas para onde tudo isso nos leva? As últimas páginas da Bíblia terminam com uma visão final da santidade de Deus Dessa vez, através de João. Na visão dele, vemos o mundo inteiro completamente renovado. Toda a terra se tornou o templo de Deus. E o rio da visão de Ezequiel está lá, fluindo da presença de Deus, imergindo toda a criação, removendo toda a impureza e trazendo tudo de volta à vida.

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