terça-feira, 29 de maio de 2018

Quem é o Anticristo?



As Escrituras se referem ao anticristo de duas formas:
Por um lado, é um termo para designar todos os que solapam a palavra de Deus com doutrinas de homens (1Jo 2.18). Todos os falsos mestres devem ser considerados anticristos (adversários de Cristo), uma vez que nosso Senhor insiste em que na igreja se não ensine nenhuma outra doutrina além da doutrina das Sagradas Escrituras (Mt 28.20; Jo 8.31-32; 17.20; 5.39; Rm 16.17; 1Pe 4.11; 1Tm 6.3ss; 2Tm 3.15-17; 2Jo 10; Ap 22.18-19). Todos quantos desconsideram esta ordem divina são rebeldes e adversários de Deus (Lc 11.23). 

Por outro lado, também designa o grande Anticristo, cuja vinda se prediz em 2Ts 2.3-12. Em 1Jo 2.18 encontramos uma cuidadosa distinção entre este Anticristo e os “muitos anticristos”, e sua aparição é um sinal dos últimos tempos. 

Como as Sagradas Escrituras retratam o Anticristo como o iníquo, de quem todos os crentes se devem acautelar e a quem podem, logicamente, conhecer (2Ts 2.8), cabe a nós avaliarmos as características deste com base na revelação divina em Sua Palavra. 



Segundo 2Ts 2.3-12, estas características são inconfundíveis: 

1) A apostasia: conforme 2Ts 2.10-12, a apostasia é causada pela “operação do erro”, ou seja, os homens muitos são levados pelo erro e condenados por sua incredulidade. É, portanto, apostasia de Cristo e de sua palavra (2Ts 2.4). 

2) O “assentar-se no santuário de Deus” (2Ts 2.4). A grande apostasia de Cristo e do Evangelho não sucede fora da igreja, mas dentro dela; pois o “santuário de Deus” é a igreja (1Co 3.16ss; 1Tm 3.15; 2Tm 2.20). A grande apostasia que o Anticristo leva não é, portanto, como muitos tem interpretado e até pregado em muitos púlpitos. na difusão de cultos anticristãos, mas em apostasia dentro da igreja, isto é, uma violação do Evangelho que se dissimula com palavras e formas piedosas. Esta prática não é apenas temporária, mas é permanente; pois o Anticristo continuará assentado no santuário de Deus até a segunda vinda do Senhor (v. 8). 

3) O opor-se e levantar-se contra tudo que se chama Deus. O Anticristo, que está assentado no santuário de Deus, faz constante oposição a Deus e à sua palavra, sendo chamado como autoridade suprema em religião (“ostentando-se como se fosse o próprio Deus”, v. 4). Sob o reinado do Anticristo, a igreja não obedecerá nem a Cristo nem ao seu Evangelho, mas faz o que o Anticristo com sua pretensa autoridade divina exige, Todos os que se submetem a ele devem, portanto, obediência antes aos seus ensinos que à Palavra de Deus. 

4) A eficácia de Satanás no Anticristo. Embora o Anticristo não seja o próprio Satanás, o seu “aparecimento é segundo a eficácia de Satanás, v. 9; isto é, ele se apresenta pela operação astuta de Satanás e se mantém no centro da igreja pelo poder de Satanás; Embora todas suas obras pareçam genuinamente piedosas com a Igreja de Cristo, com a ajuda de Satanás está em condições de exercer “todo o poder e operar sinais e prodígios da mentira” (v. 9). O Anticristo ensina doutrinas de mentira, também realiza obras de mentira. Sua norma assenta, pois, em sua habilidade, para enganar os homens por todas as modalidades de mentira. Veja que operar seus prodígios é o que toma a cabeça de muitos e imaginam que ele será como um “santo milagreiro" fazendo sinais o tempo todo, mas biblicamente somos advertidos de algo muito mais sombrio. Ele se assenta no lugar mais nobre entre os filhos de Deus e sua doutrina é aparentemente cristã, mas seus enganos o denunciam. Satanás é pai da mentira, e reconhecemos este seu filho pela mesma característica. 

5) Ele é revelado e desfeito pelo sopro da boca do Senhor, (v. 8). Ainda não estamos falando de sua derrota final, o sopro da boca do Senhor o revela. O Anticristo permanece ignorado por muitos (“mistério da iniquidade”, v. 7); mas, a seu tempo, é revelado pela pregação da palavra de Deus. Ou seja, Temos o anúncio que o próprio Deus levantou seus ministros para pregar a sua Palavra, pura como o sopro da boca do próprio Deus, e toda a mentira foi exposta. Isto, porém, não significa o fim de seu reinado; porque somente o Senhor mesmo o destruirá pela manifestação de sua vinda” (v. 8); vale dizer, o reinado do Anticristo continuará até o dia do juízo, sua doutrina ainda será ouvida e ele continuará no seio da igreja. 

6) A vinda e o reinado do Anticristo são a manifestação da ira de Deus para com todos os que “não acolheram o amor da verdade para serem salvos” (v. 10). Sua aparição traz, portanto, a condenação de muitos (v. 12) e, desta maneira, prefigura a ira condenatória de Deus no dia do juízo (v. 3). Os que o seguem não compreendem como é abominável rejeitar a palavra de Deus como única fonte e padrão da fé e anatematizar a doutrina da justificação pela fé em Cristo somente. 


Muitos tem crido conforme vemos em alguns filmes, em um homem que seja um político influente, mas a verdade Bíblica é outra, o trono do Anticristo está no templo de Deus, Com todas estas características percebemos então que não falamos em enganadores individuais (Ario, Maomé, um propagador de heresias qualquer que se de nome) nem em governos individuais (Nero, Napoleão, etc..). 

Não tem cabimento queremos dar um nome individual, considerando que São Paulo aqui descreve o “mistério da iniquidade” que já operava em seu tempo e que permanecerá até o fim dos séculos (vv. 7-8), Portanto, não pode se tratar de um único homem, mas de uma sucessão inquebrada que remonta aos tempos do Santo Apóstolo, reina em nossos dias e que já foi exposta por suas próprias doutrinas, mas que continua a se assentar no seio da igreja geração após geração. 

Embora a doutrina Bíblica sobre o Anticristo não seja artigo fundamental de fé, visto que ninguém se salva por isso, mas somos salvos somente através de Cristo por Graça e fé, ainda assim não a devemos considerar de pouca importância, uma vez que Deus nos transmitiu esta verdade (2Tm 3.16).

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