sexta-feira, 16 de março de 2018

Hawkin, Herodes e Eu


Hawkin, Herodes e Eu

A notícia que tem tomado a Internet nestes dias tem sido a recente morte de um conhecido cientista e ateu convicto - Stephen Hawkin. Já li algumas de suas publicações e devo confessar que as vejo como nada menos que: geniais!
Ele não ficou famoso por odiar cristãos, por defender o ateísmo, ou qualquer outra coisa, mas pela sua mente brilhante: foi um físico teórico e cosmólogo britânico e um dos mais consagrados cientistas da atualidade, ocupando a cadeira de Física da universidade de Cambridge, a mesma ocupada por Isaac Newton, e tendo desempenhado importantes trabalhos nas áreas de física teórica e matemática aplicada nesta universidade.
Sua morte foi estranhamente celebrada por cristãos nas redes sociais, muitos, inclusive celebrando o fato de este agora descobrir que estava errado a respeito de Deus enquanto arde no fogo do inferno.

Por esta razão mesmo me coloquei a pensar sobre a natureza da verdadeira oposição ao que cremos, e começo pelo infame Herodes Antipas. Nada mais justo, ele nunca é mencionado vinculado a algo de bom. Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande (aquele que mandou matar criancinhas).

"Porque Herodes tinha prendido João, e tinha-o maniatado e encerrado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe;" Mateus 14:3

A situação que tornou Herodes Antipas mais lembrado, foi a prisão e morte de João Batista (Mt 14:3-12, Mc 6:17-29, Lc 3:19-20, Josefo, Antiguidades XVIII. 5. 2 ; 116-119) .

Antipas se casou com a irmã de Aretas IV, provavelmente instigado por Augusto, que era conhecido por estimular casamentos entre as famílias de governantes em nome da paz no império. Este casamento não teria sido apenas para assegurar a paz entre Judeus e Árabes, mas também porque o território de Aretas servia de defesa contra a Parthia. Desta forma, foram casados em 14 d.C..

Por volta de 15 anos depois, (29 d.C.) Antipas viajou a Roma. Em seu caminho visitou seu meio-irmão Herodes Filipe, governante de 5 regiões.  Herodias, até então, esposa de Herodes Filipe,  aparentemente era uma mulher muito ambiciosa, e Herodes Antipas parecia uma oportunidade de se tornar esposa de um tetrarca. a filha de Aretas IV  descobre o acordo e apela a seu pai.Este divórcio, não apenas constituía um insulto pessoal a Aretas IV, mas também a quebra de uma aliança política, que levou a uma posterior retaliação (Josefo. Antiguidades. XVIII. 5. 1 ; 109, 110).

Herodes Antipas e Herodias se casaram e João Batista falou contra este casamento, motivo que o levou à prisão. A denúncia de João era que ele se casou com a mulher de seu irmão, o que, segundo a lei mosaica, era condenável (Lv 18:16; 20:21) e as circunstâncias não se adequavam às exceções prescritas (Dt 25:5; Mc 12 :19) .

"Herodes o matou, e era um bom homem, e comandou os judeus a exercitarem a justiça com os homens e a piedade com Deus e o batismo” JOSEFO, Antiguidades, XVIII, v, 2.

Sobre este inimigo dos cristãos, o próprio Cristo o chamou de "aquela raposa" (Lc 13;32), tempos depois, Jesus preso se encontra com Herodes:


Quando Herodes viu Jesus, ficou muito alegre, porque havia muito tempo queria vê-lo. Pelo que ouvira falar dele, esperava vê-lo realizar algum milagre. Lucas 23:8

Que grande momento para Jesus! Na frente de um rei, representante de Roma, um homem que queria muito vê-lo e o recebe com alegria! Bastaria um milagre, algo pequeno e este inimigo do Evangelho se curvaria! 
Mas não! O Deus-homem ficou quieto, permitiu que esta alegria se transformasse em deboche, e como nem assim houve uma manifestação, Herodes Antipas o manda de volta a Pilatos.
Pela segunda vez Cristo rejeita a ideia de se tornar um homem influente, a primeira foi no deserto quando tentado.

O que o próprio Deus-homem fez com o mais influente homem e declarado inimigo? Ele não o humilhou mostrando seu poder, não o ridicularizou mesmo sabendo de seu pecado, não o atacou por ter mandado matar a seu parente e profeta de Israel, São João Batista, nada! Não havia o que se falar, seu pecado já havia sido exposto. As palavras que levaram João Batista a morte ainda ecoavam! Cristo, na verdade, sendo Luz da Luz, Verdadeiro Deus de Verdadeiro Deus, se entristecia com este homem:

Teria eu algum prazer na morte do ímpio?, palavra do Soberano Senhor. Pelo contrário, acaso não me agrada vê-lo desviar-se dos seus caminhos e viver? Ezequiel 18:23

O coração de Deus certamente se entristecia em ver Herodes Antipas, um cruel inimigo do reino, algoz de profetas, indiferente ao próprio Deus que estava diante dele. A morte deste homem não foi comemorada. Jesus não saiu da corte com um sorriso dizendo "te vejo no inferno", "te pego na saída", ou outra coisa.
Este é o Evangelho! Deus está sempre triste com o caminho do ímpio, mas ele é o pai que ao ver o filho pródigo arrependido, corre ao seu encontro, o abraça, perdoa seu pecado, lava suas feridas e dá roupas limpas! Não importa o tamanho do pecado, afinal, qual a diferença que há entre mim e Herodes? Compartilhamos da mesma natureza humana. Ele casou-se por poder, eu também gostaria muito de ser poderoso, quando criança, sempre brincava que era um rei, um super-herói, de certa forma, ainda sonhamos todos assim. Herodes se separou e casou novamente por desejo. Quem de nós não tem isto também no fundo de seu coração? Eu sei que tenho. Então o que me faz ser diferente deste homem cruel, certamente não é algo que venha de mim mesmo. Eu sou apenas um filho que sempre se arrepende e volta para casa humilhado. Deus me recebe sempre de volta com alegria, é o que o testemunho das Escrituras me dão certeza, e certamente, Herodes Antipas teria sido recebido com alegria! Se Deus pode amar um homem como eu, certamente ele poderia amar Herodes; e, se Deus pode amar alguém como Herodes, não seria um cientista ateu da atualidade que não teria lugar. Todos precisamos do mesmo arrependimento!
Por eles e por nós, rogamos: Senhor, Tem piedade!

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