domingo, 18 de março de 2018

Saint Patrick - O Perdoador



Saint Patrick - O Perdoador 


Esta semana, no dia 17 de março nos lembramos de São Patrício, ou Saint Patrick, como mais conhecido o grande evangelizador da Irlanda. 

A mística de São Patrício é algo que realmente sempre me chamou a atenção. Entendamos aqui a palavra “mística” no seu real sentido - ocupação contínua da mente nas doutrinas e práticas religiosas. Em sua "Confissão", o testemunho que ele escreveu no final de sua vida, ele diz: "Após chegar a Irlanda, eu pastoreava as ovelhas diariamente, e rezava diversas vezes ao dia - o amor de Deus e o respeito a Ele cresciam mais e mais, e minha fé se fortalecia. E meu espírito foi tocado de modo que, em um único dia, eu fazia cerca de cem orações, e mais cem à noite, mesmo quando estava nos bosques e na montanha. E antes da aurora eu me levantava para orar, e mesmo que nevasse, estivesse frio ou chovendo, nada me atingia". 

Vemos em Saint Patrick um cristão tomado pelo amor divino, mas sua história não foi sempre uma vida de piedade. São Patrício, foi capturado por piratas irlandeses em sua terra natal, a Grã-Bretanha, quando tinha 16 anos, e levado para a Irlanda, onde passou seis anos como escravo. 

Embora fosse filho de um diácono e neto de um padre, ele não professava a fé cristã, na verdade, em termos modernos, poderíamos chama-lo de ateu. Foi apenas durante seu cativeiro, quando tudo que tinha parecia perdido para sempre que ele buscou ao Senhor. Depois de seis anos de escravidão, Deus o guiou em sua fuga, entrou para o mosteiro de Ésir, na Gália (atual França). Anos depois ele foi ordenado bispo e em 432 pediu para ser enviado novamente à Irlanda, a fim de converter aquele povo a Cristo. Quando ele veio para a Irlanda como seu evangelizador, a ilha era um país pagão. Ao final de sua vida, trinta anos após sua chegada, por volta de 461, "a fé em Cristo fora firmada em todos os lugares" (Grande horológion). O trabalho de São Patrício e seus companheiros é considerado a mais bem-sucedida empreitada missionária da história da Igreja. 

Saint Patrick havia sido tomado como escravo, foi afastado de sua família a qual nunca tornou a ver, é de se supor que tenha visto seus pais serem mortos enquanto era levado como escravo. Então temos este homem que viu toda a sua vida ser brutalmente desmanchada, ser levado como escravo e passar anos em meio a um povo pagão. Ele tinha tudo para odiar sua vida, mas em contrário disto, vemos sobre a vida deste homem uma certa repetição de Daniel, o jovem da Bíblia que havia também sido levado escravo, e assim como ele, recebeu de Deus um consolo capaz de o manter firme nestes anos. 

Certamente o Patrick que deixou sua cidade aos 16 anos não era o mesmo homem que voltava. Em meio a tanto sofrimento, Patrick encontrou o consolo em Deus através de sua intensa vida de oração. O homem que voltava à Inglaterra era um cristão dedicado, que se preparou para o impensável: voltar á terra de sua escravidão, encontrar novamente os homens que o haviam roubado a adolescência, e anunciar a estes mesmos um Deus amoroso que os amava ao ponto de se entregar por eles. 

Patrick encontrou em seu coração algo raro: ele perdoou o imperdoável! Para se tornar o grande evangelizador da Irlanda, Ele precisou antes ser o maior perdoador da Irlanda! Aquele país tinha tudo que ele pudesse odiar, mas ainda assim, por causa de Cristo, ele deixou seu ressentimento, perdoou aqueles homens, e depois foi ao encontro deles com o Evangelho em sua boca e nem mesmo seus antigos senhores o puderam parar. 

E a nós? Como nos portamos diante de tão notável homem santo? 
Nossa confissão aprova honras para os Santos. Pois aqui deve-se aprovar tríplice honra. A primeira é a ação de Graças, a segunda é a confirmação da nossa fé, a terceira é a imitação. 

1- Rendemos graças à Santíssima Trindade que transformou a vida de um homem comum no maior evangelizador da Irlanda. Damos Graças a Deus por nos dar tão grande exemplo de misericórdia, por haver significado que quer salvar os homens, por haver dado mestres e dons à igreja. E estes dons, visto que são os maiores, devem ser exaltados, devendo ser louvados os próprios santos que, fielmente usaram estes dons, como Cristo louva os negociadores fiéis (Mt 5:21) 

2- O segundo culto é a confirmação da nossa fé. Quando vemos que a São Patrício é perdoada a incredulidade e todo ódio é removido, também nós somos levantados para crermos mais ainda que a Graça superabunda o pecado. 

3- A terceira honra é a imitação, primeiro da fé, em seguida nas demais virtudes.

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